Ninguém gosta de pagar imposto, principalmente em um país onde o que o cidadão paga vai parar no bolso de corruptos, e não em obras que melhorem o país. Se você lê jornais ou o Econoleigo, já está claro que as contas do governo estão no vermelho, ou seja, o Brasil está gastando mais do que arrecada. Para tentar contornar isso, a presidente Dilma sugeriu ressuscitar a odiada CPMF. Nem bem o assunto surgiu, os deputados e senadores mandaram um recado ao governo: é mais fácil uma vaca tossir e assobiar do que o congresso aprovar a criação de um novo imposto. Dito isto, não é de estranhar que a notícia divulgada hoje, de que o ministro Joaquim Levy e o governo brasileiro estudam aumento de imposto cuja aprovação não dependa do congresso.
Mas como isso seria feito? Simples: aumentar o IPI, Cide e o IOF, que dependem apenas de um decreto parlamentar. Ou seja, o povo não quer pagar mais imposto, o congresso não acha sensato que o povo pague mais imposto, e o governo vai lá e, na falta de capacidade ou coragem para cortar gastos, decide aumentar o imposto na base da caneta, da imposição.
Não bastasse isso, o governo está estudando também um aumento na alíquota do Imposto de Renda de Pessoa Física. Ou seja, você. O ministro Joaquim Levy disse que um aumento no Imposto de Renda não seria de todo trágico, pois o Brasil já é um onde se paga pouco Imposto de Renda. O ministro disse pouco Imposto de Renda, não imposto.
Tendo em conta que a carga tributária do Brasil é de 36%, o salário mínimo é de R$ 788 por mês, a conta de luz aumentou 50% em doze meses e uma cesta básica custa R$ 388, e que corruptos roubam cerca de R$ 69 bilhões todos os anos, somente no Brasil, há somente uma única reação para quem sugere aumento de imposto em terras brasileiras:
Somente para não deixar em branco, o comentário do ministro Joaquim Levy, que disse que pagamos pouco Imposto de Renda no Brasil, chega a ser terrivelmente maldoso, principalmente com os mais pobres. Em um país com inflação sempre acima de 5% ao ano, e que em 2015 terá 10% de inflação real, chega a ser cruel aumentar o teto da isenção do pagamento do Imposto de Renda com base no achômetro de especialistas, e não utilizando a inflação.
Como falamos no primeiro parágrafo, ninguém gosta de pagar imposto, mas essa revolta cresce ainda mais quando há a sensação que o fazemos apenas para financiar a incompetência do poder público e a esbórnia dos corruptos. Há também o desespero do final do mês, quando falta dinheiro na conta até para comprar um pão francês, que aliás subiu 7% apenas em 2015.
Há a real necessidade de fechar as contas e terminar 2016 sem dever, isso é óbvio, mas nós do Econoleigo temos certeza que existem outras formas para atingir a meta de fechar o ano no azul. Ao contrário da presidente Dilma, que fez drama (e a famosa terceirização da culpa) ao anunciar que talvez teremos que diminuir programas sociais, nós temos algumas sugestões que economizariam bilhões todos os anos, e que não pesariam no bolso de nenhum pagador de imposto:
- Diminuição no número de ministérios, saindo dos absurdos 36 para apenas 20.
- Fim dos cartões corporativos do Palácio do Planalto, que somente em 2014 tiveram um aumento de 51%, em sua maioria sigilosos.
- Reduzir os atuais 22 mil cargos de confianças, os famosos indicados, para no máximo 15 mil.
- Acabar com as famosas dispensas de licitação das empresas públicas.
- Acabar com os partidos nanicos, estabelecendo critérios mais rigorosos para sua criação e um teto para o número de partidos existentes.
- Reduzir o valor destinado ao fundo partidário, e estabelecer critérios rígidos para permitir que um partido tenha acesso a este montante.
- Fim da isenção tributária dada a igrejas e instituições religiosas.
Resumindo: Como mostrado acima, é possível sim economizar e arrecadar sem que isso pese no bolso do cidadão comum, e é assim que você deve se sentir ao saber que o governo quer meter a mão na sua carteira na base da caneta, simplesmente por ser incompetente para economizar ou simplesmente não ter coragem política para isso:

O Econoleigo é um site sem “economês”, para aqueles que não conhecem essa língua. É por mim, Rodrigo Teixeira, alguém até então pouco interessado em números, mas agora fascinado em transformar economia em algo que até eu mesmo consiga compreender.